segunda-feira, 27 de agosto de 2012

As eletivas como Pedagogia de Projetos


O Programa Ginásio Experimental Carioca da Prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou o formato das escolas de tempo integral na cidade. Indo muito além da simples ampliação da carga horária, representa um novo paradigma para a educação pública, baseando-se em três eixos fundamentais: excelência acadêmica, educação para valores e o projeto de vida do aluno.



As eletivas como pedagogia de projetos: 
um estudo multidisciplinar da biodiversidade fluminense






Entre as ações inovadoras do programa estão as disciplinas eletivas. Oferecidas a cada semestre, são de livre escolha dos alunos. Independente do ano de escolaridade ou turma, eles decidem se preferem participar, por exemplo, do foto clube, do corredor cultural, do karatê, do jornal escolar, do teatro das letras, do ensaio biogeográfico do Maciço da Tijuca, ou do mundo na tela do cinema, entre outros.

PEDAGOGIA DE PROJETOS


Diante das possibilidades deste novo modelo de fazer pedagógico no ensino fundamental e da identificação deste como via metodológica privilegiada para superar o processo de ensino-aprendizagem fragmentado, disciplinar, descontextualizado e unilateral da escola tradicional, reconhecemos nas eletivas, o momento adequado para iniciarmos uma prática orientada e inspirada no conjunto de elaborações teóricas difundidas, principalmente, pela francesa Josette Jolibert e seus colaboradores do Instituto Nacional de Pesquisas Pedagógicas da França e por Fernando Hernández, pesquisador espanhol da Universidade de Barcelona: a PEDAGOGIA DE PROJETOS.

Passamos a organizar, então, a oferta das eletivas, em torno de eixos temáticos que possibilitam o diálogo entre elas. Atualmente, nosso projeto de pesquisa maior é o da BIODIVERSIDADE FLUMINENSE. Baseado na introdução da prática dos TRABALHOS DE CAMPO como incentivo inicial para o desenvolvimento das pesquisas e fonte de coleta de material para a construção de um laboratório de geo-ciências, passamos a organizar sistematicamente aulas de campo que incluem alunos de diferentes eletivas. Assim, reunimos um grupo de alunos que dentro da especificidade da eletiva que cursam representam formas diferentes de investigar e pensar uma mesma questão.

Desta forma, estamos experimentando uma série de situações que representam uma via de transformação da escola e da sala de aula, transgredindo suas regras e práticas convencionais, redimensionando o espaço educativo.

A via metodológica definida para o desenvolvimento dessa prática foi a “pesquisa-ação”. Nesse contexto, a coleta de dados combina vários meios, não só a observação direta das atividades do grupo, mas também análise de documentos, fotografias, filmagens, depoimentos, entrevistas, necessitando para isso, realizar gravações de vídeo, registros fotográficos e escritos. Assim o aluno se reconhece como um sujeito aprendiz, como determinante da construção de seu saber operatório, percebe que nunca está sozinho ou isolado, que age em constante interação com os meios ao seu redor. Conceitualmente, uma pedagogia ecológica...

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